Home Maranhão Com abstinência de poder, Rodrigo Lago lamenta permanência de Brandão até o fim do mandato

Com abstinência de poder, Rodrigo Lago lamenta permanência de Brandão até o fim do mandato

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As declarações do governador Carlos Brandão (PSB), durante evento em Pastos Bons no último fim de semana, deixaram marcas profundas na base política orbitava o núcleo de poder do ex-governador Flávio Dino. Ao afirmar que pretende cumprir integralmente seu mandato até dezembro de 2026 e ainda eleger o sucessor, Brandão mexeu no tabuleiro político maranhense — e reacendeu mais ainda tensões na ala dinista.

Um dos que reagiram com mais desconforto foi o deputado estadual Rodrigo Lago (PCdoB). Ex-secretário de três pastas no governo Dino e hoje parlamentar na Assembleia Legislativa, Lago faz parte dos escombros do dinismo que esperava um desfecho diferente: a renúncia de Brandão em abril de 2026, o que permitiria ao vice Felipe Camarão assumir o governo, disputar a reeleição e, com isso, retomar protagonismo no governo estadual.

O grupo formado por Lago, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e o também deputado estadual Carlos Lula (PSB), todos com histórico de influência nos governos Dino, mostra-se cada vez mais inquieto com a possibilidade de enfrentar o pleito de 2026 sem o apoio direto da máquina estadual — como ocorreu em 2022. A dependência da estrutura governamental para garantir visibilidade, apoio logístico e alianças políticas começa a pesar diante de um cenário em que Brandão pretende manter controle até o último dia de sua gestão.

Além disso, o anúncio extraoficial de que o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, pode ser o nome a ser trabalhado como sucessor, acentua o isolamento do antigo grupo dinista. A escolha de um nome técnico e de perfil mais discreto, mas alinhado pessoalmente ao governador, seria uma sinalização clara de que Brandão quer consolidar uma nova liderança estadual, sem amarras ao passado político recente.

Nesse contexto, a expressão “abstinência de poder” começa a se encaixar com precisão. Acostumados a atuar de forma decisiva nos bastidores do Palácio dos Leões, os ex-integrantes da tropa de elite de Flávio Dino enfrentam agora o desafio de manter relevância sem cargos, sem orçamento e, principalmente, sem o comando do jogo político.

Resta saber se conseguirão reinventar seus discursos ou se sucumbirão à dependência de um modelo que já não lhes pertence mais.

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