Lula (PT) desembarca em Imperatriz (MA), nesta segunda-feira (6), município do Maranhão um dos principais palcos da disputa política do Estado. Em 2024, o bolsonarismo apostou alto na cidade, considerada reduto do agronegócio, tentando alavancar a candidatura de Mariana Carvalho (Republicanos) à prefeitura. Jair Bolsonaro esteve duas vezes no município, Michele Bolsonaro, Damares Alves e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MA) mas o resultado foi outro.
A disputa no segundo turno se transformou em um confronto direto entre Bolsonaro e o governador Carlos Brandão (PSB), que mergulhou na campanha em Imperatriz vivendo o dia a dia ao lado da população e se transformando em um cabo eleitoral decisivo para a vitória de Hildo Amaral (PP).
A vitória em Imperatriz se soma a outros movimentos que consolidam Brandão como a maior liderança política do Maranhão. Nas eleições de 2024, ele elegeu mais de 180 prefeitos de sua base e, em São Luís, apesar de não ter conquistado a prefeitura, garantiu 21 vereadores aliados. Reconhecido como um governador municipalista, Brandão tem vencido barreiras ideológicas ao priorizar o diálogo com todos os municípios e levar as transformações de sua gestão para a ponta.
As pesquisas recentes confirmam essa consolidação. Levantamento da CNN/Real Time Big Data mostra Brandão com mais de 64% de aprovação. Já o Instituto Opinião/Paraná registrou 64,3% no estado, e *em Imperatriz a aprovação do governador chega a 72,8% e pode alcançar até 79,8%, índice inédito para um chefe do Executivo estadual na região.
Esse fortalecimento se conecta a um projeto de transformação social e econômica. Ao lado de Lula, que tirou o Brasil do mapa da fome, Brandão tem seguido o mesmo caminho: em 2023, mais de 1 milhão de maranhenses saíram da extrema pobreza. Em 2025, o governador lançou o programa Maranhão Livre da Fome, que complementa o Bolsa Família, unindo transferência de renda, capacitação profissional, saúde e qualidade de vida, com o objetivo de erradicar a extrema pobreza ainda nesta gestão.
Na conjuntura política, Brandão enfrenta também a rivalidade com o grupo do ex-governador e atual ministro do STF, Flávio Dino. Um núcleo reduzido de cinco pessoas que tem atuado para transformar disputas políticas em disputas judiciais na Suprema Corte, buscando dificultar a governabilidade estadual.
Nesse cenário, surge ainda o vice-governador Felipe Camarão (PT), que se tem colocado como possível candidato ao governo em 2026, mas sem proximidade com Brandão. Pelo contrário, Camarão se alinhou ao grupo do ex-governador Flávio Dino – o mesmo núcleo de cinco pessoas que judicializa as disputas políticas no STF. A cena mais recente ocorreu em junho, quando Brandão acompanhava Lula em agendas oficiais em Paris, enquanto Camarão divulgava fotos em reunião com esse grupo político que atua para tumultuar gestão de Carlos Brandão.
Felipe Camarão nunca foi testado nas urnas, não disputou cargo eletivo e, nas pesquisas mais recentes, não aparece bem posicionado. Esse quadro ganha ainda mais relevância após a fala do presidente Lula,em agenda do partido PT, quando cobrou maturidade política dos ministros e dirigentes do partido para que projetos pessoais sejam deixados de lado em nome da formação de alianças eleitorais competitivas em 2026.
A visita de Lula, portanto, ocorre em um Maranhão que esteve entre os três estados com maior votação proporcional ao presidente em 2022, e onde Carlos Brandão se consolidou como aliado estratégico de primeira hora. A entrega de 2.837 unidades habitacionais do Conjunto Canto da Serra, em Imperatriz, é mais do que um ato de governo: é também um gesto político de fortalecimento da aliança Lula–Brandão, em contraponto à derrota do bolsonarismo no Maranhão.